
Amorim foi emissário de uma carta do próprio presidente, gesto que descreveu como uma demonstração do desejo de aproximação. “Queremos que seja uma relação exemplar, de grande amizade”, destacou o ex-ministro.
O assessor especial aproveitou para anunciar que especialistas do Ministério da Saúde visitarão Cuba em breve. Nos governos anteriores do PT, o programa Mais Médicos possibilitou a contratação de mais de 8 mil profissionais cubanos até que a ditadura castrista decidiu abandonar a iniciativa, em 2018, depois das críticas de Jair Bolsonaro. De volta Palácio do Planalto, Lula lançou uma nova versão do Mais, que privilegia médicos brasileiros e descartou naquele momento um novo acordo de cooperação com Cuba.
Amorim antecipou, ainda, que um grupo de empresários viajará em breve ao país para discutir vários temas, entre eles o da agricultura. O anúncio é feito no momento em que a produção de alimentos se torna uma prioridade para a ilha, que importa 100% dos produtos da cesta básica, em meio à sua pior crise econômica em três décadas.
Além das conversas e da revisão da dívida, essa reaproximação incluiu ainda a reabertura das embaixadas em Havana e Brasília. O movimento é similar ao que o Brasil tem feito para retomar o diálogo com outra ditadura sul-americana: a de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Estadão Conteúdo