
O Brasil finalmente conquistou seu primeiro Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, obra que resgata as memórias da repressão nos tempos da ditadura. Um feito histórico, celebrado em meio ao Carnaval. Enquanto o país vibra com essa dobradinha de alegria, há aqueles que não têm nada a comemorar.
Os verdadeiros reféns do Sistema Único de Saúde (SUS) seguem agonizando nos corredores do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró. Neste domingo de Carnaval, a realidade cruel da superlotação voltou a assombrar a unidade. O blog apurou que mais de 100 pacientes foram atendidos no Pronto-Socorro, e após três dias de corredores surpreendentemente vazios, a cena desumana da lotação reapareceu.
Uma lástima. Uma humilhação para aqueles que dependem do SUS.
Mas não sejamos simplistas em apontar culpados. O Governo do Estado falha ao postergar a aplicação de R$ 12 milhões em emendas destinadas à reforma e ampliação do HRTM. Também pesa sobre os municípios da região a responsabilidade pelo caos. A falta de investimento na saúde local obriga pacientes a serem transferidos para Mossoró, sobrecarregando o hospital. A chamada "ambulancioterapia" se tornou a solução covarde de gestões ineficazes, que empurram os doentes para um sistema já colapsado.
A verdade é dura: "Ainda Estamos Aqui" agonizando no HRTM. Um filme de terror realista, sem roteirista ou diretor, apenas com figurantes que sofrem calados. Enquanto isso, a governadora Fátima Bezerra se diverte nos camarotes da lacração em Salvador, longe da dura realidade do povo que deveria representar.
E, antes que venha algum bajulador da governadora com discurso vitimista de dizer que estamos "atacando o Hospital", vá para a PQP!
Blog Ismael Sousa.