
O desembarque de Lula em Mossoró, nesta manhã, foi um verdadeiro fiasco. Sem agenda na cidade, o presidente apenas usou o aeroporto como ponto de escala antes de seguir para Jucurutu. Mas o que chamou atenção foi a recepção esvaziada e a postura truculenta da segurança, que expulsou os poucos militantes presentes e até a imprensa local do Aeroporto Dix-sept Rosado.
Lula, que sempre contou com o voto fiel da região, demonstrou desinteresse total pelo contato popular. Um presidente sem povo, que desdenha da própria militância.ALLYSON SAIU DO MURO
O prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) finalmente revelou sua verdadeira face. Fez questão de recepcionar Lula no Aeroporto de Mossoró e disponibilizou toda a logística da prefeitura para a visita presidencial. Nada de errado nisso, claro—é papel institucional de um prefeito receber autoridades. O curioso é o contraste. Quando Bolsonaro visitou Mossoró quatro vezes, Allyson sequer registrou um encontro, apesar dos investimentos federais que beneficiaram sua gestão. Agora, com Lula, a barreira ideológica ruiu. O antigo sindicalista da Ufersa e militante de esquerda voltou a pulsar mais forte do que nunca.
THIAGO MARQUES
O vereador Thiago Marques (Solidariedade) foi o único parlamentar da Câmara de Mossoró a recepcionar Lula. No embalo da visita, apresentou a proposta de um hospital universitário para a Ufersa—uma ideia boa, sem dúvida. O problema? Thiago sabe que Lula não dará a menor atenção ao pedido. Não mandará um cibazol sequer para o projeto. No fim, o que ficou foi o entusiasmo do vereador em vídeos por ter ficado ao lado do petista.
CENSURA NO POUSO
Nem a imprensa mossoroense escapou da operação cerco na chegada de Lula ao Aeroporto Dix-sept Rosado. Profissionais que estavam na área do terminal foram simplesmente expulsos, restando apenas os registros atrás dos muros. A transparência e liberdade de imprensa só valem quando convêm. Que saudades do cercadinho dos tempos do “genocida”, hein?
LACRAÇÃO BARRADA
A deputada Isolda Dantas (PT) passou por um constrangimento em Jucurutu, durante a inauguração da Barragem de Oiticica. Tentou se aproximar de Lula para garantir a foto e a mídia, mas foi afastada por um segurança da comitiva. O presidente até acenou para o clique, mas o “aqui, não” do segurança falou mais alto. Isolda saiu murcha e desapontada. será que vem textão sobre machismo na política ou esse episódio será convenientemente esquecido?
OITICICA
A barragem de Oiticica, em Jucurutu, é um marco para a segurança hídrica do Seridó e teve muitas mãos ao longo dos anos: Iberê, Rosalba, Robinson, Henrique Alves, Dilma, Bolsonaro, Lula e Rogério Marinho. Lula até incluiu a obra no PAC em 2010, mas, sob Dilma, em 2011, tudo foi suspenso por irregularidades e superfaturamento. O avanço real veio entre 2019 e 2022, no governo Bolsonaro, com R$ 300 milhões investidos e 93% da obra concluída. Foi na gestão de Rogério Marinho no Ministério do Desenvolvimento Regional que Oiticica finalmente virou prioridade. Mas no palanque, é claro, alguns preferem reescrever a história.
OITICICA II
O deputado General Girão (PL) fez questão de lembrar que a barragem de Oiticica enfrentou anos de atrasos e adiamentos. Desde seu primeiro mandato, foi o parlamentar mais atuante na cobrança pela conclusão da obra, realizando diversas visitas ao canteiro e pressionando por celeridade. O avanço real aconteceu no governo Bolsonaro, que garantiu 93% da execução. Segundo o parlamentar, a esquerda tenta surfar na entrega, mas foi justamente ela quem mais atrasou o projeto. Se houvesse real interesse, essa barragem teria sido inaugurada há anos.
PROTESTOS
Durante a visita de Lula ao RN, os protestos marcaram presença, mas sem grande impacto. Em Mossoró, o MST cobrou reforma agrária com uma faixa estendida em um viaduto. Já em Jucurutu, professores exibiram cartazes pedindo o pagamento do piso salarial. Fátima Bezerra ficou visivelmente desconfortável, mas, diante da baixa adesão, respirou aliviada. No fim, o constrangimento foi bem menor do que poderia ter sido.
LULA? AQUI, NÃO!
A passagem de Lula por Mossoró teve pouca repercussão na Câmara Municipal. Apenas o vereador Thiago Marques foi até o aeroporto recepcioná-lo. No plenário, a sessão seguiu normalmente, como se nada estivesse acontecendo. A ordem entre os vereadores da base era clara: ignorar a visita do petista. E assim foi feito.
Fonte: Blog Ismael Sousa.