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“FRAUDE DA FRAUDE”: CGU detecta uso de documentação falsa em processos de ressarcimento por descontos indevidos no INSS

Foto: Agência Brasil

A CGU (Controladoria Geral da União) investiga associações que utilizaram documentação falsa para comprovar autorizações de aposentados nos processos de ressarcimento por descontos indevidos no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).A investigação identificou assinaturas forjadas e áudios editados nos documentos apresentados. O presidente do instituto, Gilberto Waller Júnior, confirmou o esquema na quinta-feira (24), em entrevista à rádio CBN.

Técnicos da CGU classificam a situação como “fraude da fraude” ou “fraude dentro da fraude”, já que foi feita depois da descoberta do esquema inicial de descontos indevidos. A informação é do Metrópoles.

Segundo a investigação, documentos falsificados foram anexados no aplicativo Meu INSS para contestar pedidos de ressarcimento feitos por aposentados. Em pelo menos 2 casos, quando beneficiários negaram ter autorizado descontos, as associações apresentaram áudios como prova da autorização.

O INSS não aceitou esses arquivos como comprovantes válidos. Em comunicado oficial, o instituto afirmou que “a comprovação por parte das entidades exige a apresentação conjunta de 3 itens —documento de identidade com foto, termo de filiação e termo de autorização de desconto—, não havendo previsão para o uso de gravações de áudio como comprovante”.

As associações envolvidas no esquema estão ligadas ao empresário Maurício Camisotti, investigado pela PF (Polícia Federal) por suspeita de ter fraudado mais de R$ 40 milhões com os descontos irregulares, além de pagar propina a diretores do INSS.

O Balcão das Oportunidades, uma das entidades sob investigação, recebeu R$ 9 milhões da Ambec (Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos), conforme documentos da operação Sem Desconto da PF.

O INSS disse que, quando as informações disponibilizadas pelas entidades não são confirmadas, “o processo é encaminhado para auditoria interna, e a entidade associativa é notificada para que realize a devolução dos valores. Se a associação não fizer a devolução, o beneficiário será orientado sobre as medidas judiciais cabíveis”.

O instituto não divulgou detalhes sobre quais entidades específicas estão sob suspeita nem quantos casos estão sendo investigados.

O Poder360 procurou o INSS e a CGU por meio de e-mail para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da investigação. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Com informações de Poder 360 e Metrópoles

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