O Ministério das Relações Exteriores classificou como sigilosos telegramas trocados entre o Brasil e a Embaixada em Washington nos últimos 10 meses, período marcado pelo tarifaço dos Estados Unidos e sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Os documentos, de grau reservado a secreto, restringem o acesso por até 15 anos e tratam de temas como suspensão de vistos, processos judiciais e “repressão transnacional”.
Entre os telegramas classificados, dois enviados em 26 de junho mencionam a “repressão transnacional” e conversas com parlamentares dos EUA. As sanções financeiras a Moraes foram aplicadas em 30 de julho pela Lei Magnitsky, após suspensão de vistos de ministros do STF e do procurador-geral da República. Ao todo, 23 documentos receberam sigilo de 5 a 15 anos, incluindo informações sobre comércio bilateral, cooperação contra ilícitos transnacionais e diálogos com autoridades americanas.
A estratégia de classificar documentos após pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) também foi adotada em telegramas solicitados pelo Estadão, que buscava informes sobre tarifas, STF, Moraes, Bolsonaro e lobby do deputado Eduardo Bolsonaro. Entre as informações públicas, há registros de missões oficiais de Eduardo nos EUA e manifestações de associações de produtores sobre o impacto das tarifas.
Com informações de Estadão